Se quiser se destacar, é preciso aprender o idioma estrangeiro. No futuro, porém, a tendência é que isso não seja mais diferencial, mas, sim, competência básica.
Quem fala inglês ganha mais
Pesquisa do site de empregos Catho revelou que a diferença salarial entre um profissional com e sem domínio do idioma pode chegar a 70%. Quando o assunto é o espanhol, chega a 40%
Que ter inglês no currículo é algo bom todo mundo sabe. Mas uma pesquisa do site de empregos Catho mostrou que não é só isso. Os conhecimentos linguísticos são importantes não apenas na hora da contratação, mas também na de promoção. Em média, quem sabe falar o idioma da terra do Tio Sam tem salário 70% maior do que quem não tem esse domínio. No Brasil, essa diferença é muito grande porque o conhecimento de uma língua estrangeira ainda não é regra. Em um ranking de 70 países, organizado pela EF Education First, empresa de educação internacional especializada em intercâmbio, o país ocupa a 41ª colocação em nível de inglês. De acordo com Fernando Gaiofatto, gerente da Catho Educação, ter o domínio de outro idioma é habilidade desejada em cargos altos e em empresas competitivas globalmente.
“O que vemos é que, normalmente, se a pessoa sabe falar outros idiomas, está apta a ajudar a empresa em outras funções, interagindo com pessoas de outros países e trazendo visões de fora”, diz. “Mesmo que a empresa seja brasileira, existe a necessidade de ter aprendizado contínuo e troca com outros lugares”, destaca João Dantas, gerente de RH da Gi Group Brasil. É por isso, que, de acordo com Renato Grinberg, especialista em gestão e liderança, trabalhadores craques no inglês têm mais capacidade de alcançarem cargos mais altos. “Já vi casos de pessoas menos competentes serem promovidas porque falavam inglês, enquanto seus pares, não. O inglês é um dos idiomas mais falados no mundo. Hoje, esta é uma habilidade essencial para quase todos os cargos”, destaca.
Apesar disso, Fernando Gaiofatto chama a atenção para o fato de que ter a competência pura e simplesmente não adianta. “Não se pode achar que isso basta. O crescimento profissional não é só baseado nas habilidades técnicas, mas, sim, nas socioemocionais”, frisa. Ou seja, é preciso saber usar o idioma demonstrando competências como liderança e trabalho em equipe. A diferença de salário entre aqueles preparados para se expressar na língua e os sem domínio pode ser sentida no bolso. De acordo com a pesquisa da Catho, um presidente de empresa com inglês básico recebe em média R$ 10.712; enquanto um fluente pode receber R$ 15.395,17. “É difícil achar esse profissional. Então, acaba tendo de aumentar o salário para um cargo conseguir ser atrativo”, explica João Dantas. A mesma pesquisa da Catho também mostrou que o espanhol pode gerar uma diferença salarial de 40% entre os que dominam e os que não dominam a língua.
A advogada Priscila Spadinger, 37 anos, afirma com orgulho que não teria chegado à posição de sócia do escritório Andrade Silva Advogados se não soubesse falar inglês. “Não consigo imaginar alguém na minha posição sem isso. O idioma faz parte do meu dia a dia. Como temos clientes internacionais, sempre sou colocada à frente deles”, conta. A percepção de que falar outra língua é importante surgiu durante a graduação na Faculdade de Direito Mílton Campos. “Minha família não se preocupou em me dar uma segunda língua. Quando eu estava na faculdade, quis fazer um intercâmbio na Inglaterra e tive de aprender. Mas eu sempre vi que ganhava mais quem sabia inglês. Não adianta fazer mais do mesmo”, destaca. Para o bancário Felipe Veiga Rodrigues, 41 anos, ter aprendido inglês se converteu em oportunidades dentro do trabalho.
“Lá na empresa, tem um concurso de inovação, e o projeto vencedor é incubado no Vale do Silício (Estados Unidos). Eu fui selecionado com os outros integrantes e, para poder participar, é necessário ter certificado de inglês”, lembra. O graduado em tecnologia da informação reparou na necessidade de aprender o idioma quando fez uma viagem à Alemanha a trabalho. “Eu percebi que tinha que aprender”, destaca. Ter o idioma também foi essencial para que Anna Salles, 24 anos, conseguisse realizar o sonho de estudar nos Estados Unidos e de ser atriz. “Quando eu estava perto de me formar, surgiu a oportunidade de fazer uma audição para a New York Film Academy. Eu voei para São Paulo, fiz a audição, duas cenas de filmes, em inglês e voltei para Brasília. Quinze dias depois, veio a aprovação e com uma bolsa de estudos”, lembra, feliz. Ela é graduada em artes cênicas pela Universidade de Brasília (UnB) e mora há dois anos nos Estados Unidos.
Valorização pode durar pouco
João Dantas, pós-graduado em recursos humanos e liderança pela Business School São Paulo (BSP), com MBA em gestão estratégica de pessoas e bacharelado em administração de empresas pela Universidade Estácio de Sá, ressalta que logo, logo o inglês não será mais algo incomum. Para ter um diferencial no currículo, será preciso ir além. “Um diferencial seria saber falar mandarim. O inglês é básico, e todo mundo deveria ter essa habilidade”, destaca. Mas, de acordo com Renato Grinberg, diretor-geral da prática de liderança e gestão da BTS, consultoria de gestão, compreender idiomas diferentes pode até agregar valor ao currículo, mas só em circunstâncias especiais. “Além do inglês, o espanhol é um diferencial. Os outros idiomas somente serão úteis se a empresa for daquele país específico”, ressalta.
O idioma global
O inglês é muito usado no mundo globalizado, hiperconectado, em que vivemos. Bilhões de pessoas falam a língua, que é adotada como segundo idioma por pelo menos um bilhão de pessoas. Saber inglês também é ter uma postura aberta para o mundo. Os idiomas falados em grandes potências mundiais são sempre valorizados e vistos como diferenciais, dependendo da área de atuação do profissional e da necessidade de usá-los no dia a dia, como o mandarim e o espanhol, que são as línguas mais faladas nativamente. Hoje, ter uma segunda língua é essencial. Ter mais que isso é diferencial.
Na verdade, o destaque está em ter um bom nível de conhecimento na segunda língua, sabendo expressar ideias e transitar por elas claramente. A melhor forma de comprovar o nível de conhecimento em inglês é obtendo uma certificação. Entre os exames disponíveis, estão os de Cambridge Assessment, para vários níveis, reconhecidos em instituições do mundo inteiro e considerados vitalícios. Ou seja, não é preciso esperar uma oportunidade de, por exemplo, estudar fora para fazê-los, pois não vão perder a validade. No currículo, indicar até que nível cursou em uma escola de idioma, seguindo o Quadro Europeu ou classificando de básico a avançado ou fluente, não tem a mesma validade. Até mesmo porque tudo depende da prática, e uma pessoa pode ter uma competência (escrita, fala, escuta ou leitura) mais desenvolvida que a outra. Ao fazer qualquer referência externa, é sempre bom inserir datas. Se você fez cursos mais recentes para treinar as habilidades da língua, vale também mencionar no currículo. Mas tudo poderá ser testado futuramente. Então, o primeiro passo é nunca mentir sobre o grau de domínio do inglês. Se tiver uma experiência internacional ou intercâmbio, é bom indicar quando foi feito, qual tipo e duração, o que é um bom diferencial. Na hora de participar de uma entrevista de emprego, uma boa dica é pesquisar expressões ou modelos na língua inglesa usados dentro da sua área de atuação e no meio profissional. Opte por descrever suas habilidades de forma direta, mas criativa.
Use verbos de ação, tente evitar a repetição do pronome pessoal (eu), alterne inícios de frase com verbos no gerúndio ou particípio passado. Um treino básico é pensar em como resumiria o seu perfil profissional e descreveria experiências anteriores começando pelas mais recentes.
Valéria França, graduada em pedagogia com doutorado em linguística aplicada; trabalha nesse ramo há 27 anos; atualmente, é gerente de Treinamento da Cultura Inglesa
Não minta!
Atenção ao currículo!
Agora, apesar de o inglês ser considerado atrativo — e, em muitos casos, ser até pré-requisito — em seleções, o profissional não pode cair na tentação de mentir ou supervalorizar a habilidade que tem no idioma. De acordo com Fernando Gaiofatto, isso pode gerar o efeito contrário. “Qualquer coisa que você coloca que não seja verdade é ruim. Chega à hora da entrevista, o recrutador faz uma pergunta em inglês, e a pessoa não consegue desenvolver, o recrutador vai perceber que o candidato não tem domínio”, afirma.
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